Papa
aponta três lugares de deslumbramento para viver o Natal:
O
outro, a história, a Igreja
O papa afirmou hoje, no
Vaticano, nas palavras que proferiu antes da oração do "Angelus", que
para «celebrar de modo proveitoso o Natal» os cristãos são chamados a
contemplar os três lugares «do deslumbramento.
«O primeiro lugar é o
outro, em quem reconhecer um irmão, porque desde que aconteceu o Natal de
Jesus, em cada rosto está impressa a semelhança do Filho de Deus. Sobretudo
quando é o rosto do pobre, porque como pobre Deus entrou no mundo, e dos
pobres, antes de tudo, se deixou aproximar.
Um outro lugar em que, se
olharmos com fé, experimentamos deslumbramento é a história. O segundo. Muitas
vezes acreditamos vê-la através da perspetiva correta, e em vez disso
arriscamo-nos a lê-la ao contrário. Acontece, por exemplo, quando ela nos
parece determinada pela economia de mercado, regulada pela finança e pelos
negócios, dominada pelos poderes de turno.
O Deus de Natal é, em vez
disso, um Deu que "baralha o jogo" (Ele gosta de o fazer!): como
canta Maria no "Magnificat", é o Senhor que inverte os poderosos dos
tronos e levanta os humildes, enche de bens os famintos e deixa os ricos de
mãos vazias. Este é o segundo lugar de deslumbramento, o da história.
Um terceiro lugar do
deslumbramento é a Igreja: olhá-la com o deslumbramento da fé significa não
limitar-se a considerá-la apenas como instituição religiosa, que o é, mas
senti-la como uma mãe que, apesar de entre manchas e rugas (temos tantas),
deixa transparecer os traços da esposa amada e purificada por Cristo Senhor.
Uma Igreja que sabe
reconhecer os muitos sinais de amor fiel que Deus continuamente lhe envia. Uma
Igreja para a qual o Senhor Jesus não será nunca uma posse a defender
ciumentamente - quem o faz, está errado -, mas será sempre aquele que lhe vem
ao encontro e que sabe esperar com confiança e alegria, dando voz à esperança
do mundo, a Igreja que diz: "Vem, Senhor Jesus!". A Igreja que tem
sempre as portas abertas e os braços abertos (...).
No Natal Deus dá-nos todo
a si mesmo, dando o seu Filho, o único, que é toda a sua alegria. E só com o
coração de Maria, a humilde e pobre filha de Sião, tornada Mãe do Filho do
Altíssimo, é possível exultar e alegrar-se pelo grande dom de Deus e pela sua
imprevista surpresa.
Que ela nos ajude a
entender o deslumbramento - estes três deslumbramentos: o outro, a história e a
Igreja - pelo nascimento de Jesus, o dom dos dons, o presente imerecido que nos
traz a salvação, que nos faça também sentir este deslumbramento no encontro com
Jesus.»
Após a oração do Angelus,
dedicada à Virgem Maria, Francisco saudou as crianças que se deslocaram à Praça
de S. Pedro para a bênção das imagens do Menino Jesus que são colocadas nos
presépios de suas casas.
«Quando rezardes diante do
vosso presépio, recordai-vos também de mim, como eu me recordo de vós.
Agradeço-vos, e bom Natal!», disse Francisco, que também pediu orações pela
Síria, Líbia, Costa Rica e Nicarágua.
Rui Jorge Martins
Publicado em 20.12.2015
Publicado em 20.12.2015
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