quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Conversando com o Padre Manuel Vaz Pato



O P. Manuel Vaz Pato nasceu em 1940, em Oliveira do Hospital, o quinto de seis irmãos. Fez os estudos secundários no Colégio das Caldinhas (Santo Tirso), da Companhia de Jesus. Frequentando o 2º ano de engenharia na Universidade de Coimbra, entrou no Noviciado da Companhia de Jesus em Soutelo, arredores de Braga, em Fevereiro de 1960. Depois de completados os primeiros anos de formação na Companhia, voltou a Coimbra, onde, em 1966, terminou o Curso de Matemática. Os estudos de Filosofia e Teologia fê-los na Universidade Católica (em Braga e em Lisboa) e no Teologado da Companhia de Jesus em Dublin.

Em 1972 foi ordenado Sacerdote na Igreja do Coração de Jesus, na Covilhã. Logo a seguir, frequentou o curso de Sociologia, no Boston College, a universidade da Companhia de Jesus em Boston. Voltou a Portugal em Janeiro de 1974 para ingressar no corpo docente do Instituto Superior de Economia e Sociologia, instituição fundada, anos antes, em Évora, pela Província Portuguesa da Companhia de Jesus. No ano seguinte, regressou a Boston para completar o mestrado em Sociologia que terminou em 1976.
Foi professor de Sociologia na Universidade de Évora e, mais tarde, na Universidade do Minho. Na Companhia de Jesus exerceu o cargo de Provincial e o de Superior das Comunidades de Évora, de Braga e do Centro Inaciano do Lumiar, em Lisboa.
Foi também, por vários anos, responsável do Centro Académico de Braga (CAB), um centro universitário  da Companhia de Jesus. A 4 de Setembro de 2011, foi nomeado Pároco na Paróquia de S. Pedro da Covilhã pelo Senhor D. Manuel Felício, Bispo da Guarda.
S F – Depois de uma formação académica tão longa e variada e de uma vida activa que acumulou o exercício do sacerdócio com o de professor universitário e com o de Provincial da Companhia em Portugal (6 anos como Provincial , 19 como professor em Évora e em Braga, e ainda vários anos como Superior de diversas Comunidades), o que é que o trouxe à Covilhã, como Pároco?
Depois de uma formação académica tão longa, tão variada e tão rica, em simultâneo com uma vida de sacerdote, de professor e de responsável máximo pela Companhia de Jesus em Portugal ( durante 6 anos exerceu o cargo de Provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus; durante 13 anos, foi professor na Universidade do Minho; durante aproximadamente 7 anos, foi superior do Centro Inaciano do Lumiar em Lisboa)...
S F — O que o trouxe à Covilhã, como pároco?
P .Vaz Pato — Bom, fui proposto ao Sr. Bispo da Guarda pelo Provincial da Companhia de Jesus
e fui por ele aceite e nomeado. Eu manifestara vontade ao Provincial de ajudar numa paróquia
e ele achou por bem propor o meu nome ao Sr. Bispo
S F Porquê, essa vontade de ser pároco?
P.V P — A minha intenção não era propriamente a responsabilidade de ser pároco, mas penso que, como pároco, ainda posso fazer alguma coisa pelo reino de Deus, fico mais liberto para a pastoral
S F — Que género de trabalho gostaria de desenvolver nessa condição?
P. V P — O que acho estimulante neste trabalho é o estar disponível para todas as actividades, para pessoas de todas as idades...Um pároco é um especialista da generalidade.
5 F — Mas a gestão de uma casa como a casa dos Jesuítas da Covilhã deve absorver uma parte importante do seu tempo.
P.V P — Há que distinguir entre a Comunidade — e dessa o P. Sousa é o Superior — e Paróquia.
Na Paróquia, tenho um pároco a trabalhar comigo, o P. Vitorino. Quanto a melhoramentos na Igreja, para já, não se prevêem, nem os tempos são propícios...Estamos em recessão.
5 F — Uma última pergunta: Que papel atribui aos leigos dentro da Igreja? Predominantemente passivo ou predominantemente activo?
P.V P — Aí não há escolha: o Concílio Vaticano II, de algum modo, estabeleceu a maioridade dos leigos dentro da Igreja. Hoje não há opção, não só pela orientação da Igreja, mas também pela necessidade resultante da falta de sacerdotes.
O que vou dizer-lhe não é uma ideia minha, original, mas quase podemos afirmar que esta falta de padres é uma oportunidade “aproveitada” pelo Espírito Santo para a Igreja se dar conta do papel que os leigos devem assumir e pela graça do Espírito Santo, que vai orientando a Igreja, há um empenhamento cada vez maior de cada vez mais leigos...
S F — Antes de lhe desejar as maiores felicidades neste seu novo trabalho, ainda pergunto: tem-se sentido bem recebido, bem enquadrado, por todos nós?
P. V P — Maravilhosamente! O melhor possível!
5 F — Seja então bem vindo, P. Vaz Pato, e fique connosco por muito, muito tempo!


domingo, 4 de setembro de 2011

Tomada de Posse do Padre Manuel Vaz Pato



Celebração festiva e cheia de simbolismo, na tomada de posse do Padre Manuel Vaz Pato, como Pároco da nossa Comunidade, com a presença do P. Alberto Brito, Provincial dos jesuítas em Portugal e demais Jesuítas da nossa Comunidade 
Presidiu a esta Celebração, D. Manuel Rocha Felício, Bispo da Guarda.

sábado, 16 de abril de 2011

“É d’Ele que brota a vida” P. José Frazão, s.j.


1 - Quem é e de onde vem?
Chamo-me José, nome de que gosto muito. Sou jesuíta e padre. Tenho 41 anos. Nasci numa aldeia do Concelho de Porto de Mós, chamada Alqueidão da Serra, distrito de Leiria. Tenho 6 irmãos, dos quais tenho 17 sobrinhos. A minha mãe faleceu há cinco anos.

2 - Como é que a sua família reagiu quando decidiu ser padre?
Senti sempre grande encorajamento e liberdade. Quando fui ordenado padre, aí, senti da parte dos meus pais e restante família uma especial alegria.

3 - Que fazia antes de se tornar padre?
Antes de entrar na Companhia de Jesus, fiz um longo percurso vocacional, numa outra congregação religiosa. Durante o tempo imediatamente anterior à minha entrada no noviciado, fui professor em duas escolas secundárias de Leiria.

4 - Porque decidiu seguir esta vocação, porquê ordenar-se padre?
Desde criança que sinto uma presença muito forte de Deus na minha vida. Talvez possa parecer estranho, mas essa confiança de infância sempre foi muito importante na história da minha vocação. O caminho que me levou a entrar na Companhia de Jesus não foi fácil nem linear. Num determinado momento da minha vida, tinha 25 anos, fiz os exercícios espirituais de S. Inácio e, então, tudo começou a brilhar com uma luz nova. O que andava á procura há tanto tempo tornou-se, aí, muito claro. Há momentos assim: nas trevas  da nossa vida brilha uma grande luz.

5 - Quais foram as primeiras impressões que tirou da nossa cidade?
Tinha uma imagem muito vaga da Covilhã. Só tinha vindo cá uma vez, há já bastantes anos, para a ordenação do P. Rafael, também jesuíta. Agora, quando cá cheguei, a primeira imagem foi de uma mancha de casas agarrada à encosta da serra. Gosto muito das escadinhas, dos becos, das casas em granito. Também me agrada muito a vista sobre o vale. Entre o que me agrada menos, estão as muitas casas abandonadas, alguma desordem e a falta de beleza de alguma construção mais recente. Refiro este ponto, não como crítica, mas porque acredito que a beleza dos lugares, da arquitectura, dos espaços comuns pode ajudar-nos muito a sermos mais humanos.
 
6 - Como está a ser, para si, esta experiência na nossa paróquia?
Está a ser muito boa. É bom ver o dinamismo da paróquia e, ainda mais, testemunhar o caminho espiritual de tanta gente. Toca-me muito ver como Deus, pacientemente, vai tocando cada um e como, no sofrimento de tantos, reacende a esperança. O mais belo na minha vida, como padre, é testemunhar o milagre do renascimento para a fé e para a vida. Este é o maior milagre ao qual podemos assistir.

7 - Que mensagem gostaria de deixar aos jovens da nossa paróquia?
Como em tantos outros lugares, noto que, também aqui, há, em muitos, uma forte indiferença e indisposição para a fé. É como se esta lhes tirasse alguma coisa ou, pelo menos, não lhes acrescentasse nada. Essa não é a minha experiência. O apelo que sinto no Evangelho é um fortíssimo convite à vida, à liberdade, à criação. Sempre que me deixo conduzir por Jesus, a minha inteligência fica mais ágil e a minha sensibilidade mais fina; a minha imaginação fica mais larga e os meus gestos mais graciosos. A fé, como gesto agradecido de confiança, é a arte da vida. O Espírito Santo pode levar-nos aonde não esperaríamos ir. Essa liberdade que vence todos os medos é extraordinária.

 8 - Que tipos de sonhos tem para a Igreja, no presente e no futuro?
Gostaria que a Igreja, com humildade e coragem, pudesse ajudar outros a reconhecer e a apreciar o Evangelho como uma bênção que nos confirma na vida e nos faz viver. Sonho uma Igreja tocada pela graça do Senhor, capaz de tocar a humanidade de outros.

9 - Se tivesse uma palavra para Jesus qual seria?
Dir-lhe-ia de joelhos, “meu Senhor e meu Deus”. E pedir-lhe-ia para o conhecer mais intimamente, para mais o amar e o seguir.

10 – Finalmente, uma mensagem Pascal para o mundo.
Que cada um, na sua experiência concreta de vida, possa aprender a perder o medo e a deixar-se amar. Antes de mais, por Deus, “fonte da qual brotam as águas; sol do qual brilham os raios”. É d’Ele que brota a vida pela qual ansiamos.

Obrigado

domingo, 20 de março de 2011

II Semana da Quaresma

       Sieger Koder


«Este é o meu Filho muito amado.
Escutai-o» (Mt 17, 5)

Jesus sobe ao monte. Leva consigo Pedro, Tiago e João. Já Abraão tinha subido para sacrificar Isaac, seu único filho. Também Moisés para receber os mandamentos do Senhor. O próprio Jesus sobe ao monte para proclamar as bem-aventuranças. E falta pouco, muito pouco, para que suba, agora, à mais alta das montanhas. Digo, à cruz.
Assim, onde terra e céu se tocam, aqueles discípulos – e nós, com eles – vêem Jesus como “o mais belo entre os filhos do homem”. E, envolvidos por tão grande luz, ouvem do céu uma voz, de tom não menos belo: “este é o meu Filho muito amado”. Profundamente tocados pela transfiguração de Jesus, reconhecem que é bom estar ali. Sim, será muito bom estar ali. Também para nós.
Mas como será e onde quereremos estar quando Jesus se revelar desfigurado e quando o seu rosto, desfeito pelo sofrimento, nos fizer desviar o olhar? Suportaremos o silêncio do céu e a violência desse grito “meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”.
Reconheceremos que Jesus é o Filho amado do Pai quando o virmos “sem aspecto atraente, desprezado e evitado” por todos? Prestar-lhe-emos atenção quando o virmos acusado e mudo? Ainda conseguiremos dizer-lhe, junto à cruz, “é bom estar aqui, onde tu estás”?
O rosto transfigurado de Jesus revela-nos, hoje, que, entre todos, é o mais belo. O seu rosto desfigurado revelar-nos-á, amanhã, que é o mais belo porque dá a sua vida por todos. A beleza está na entrega. Jesus sobe, porque aceita descer; brilha, porque aceita apagar-se.  
P. José Frazão, sj

        

domingo, 13 de março de 2011

I Semana da Quaresma

    Sieger Koder 

«Nem só de pão vive o homem, mas de toda
a palavra que sai da boca de Deus»
 (Mt 4,4)

Reparemos em Jesus. Antes de dar início à sua vida pública, retira-se para o deserto. É o lugar do silêncio e da compreensão das coisas à luz de Deus. Ali se purificam os desejos e se fortalece a vontade. Jesus prepara-se assim. Reza. Jejua. A sobriedade ajudará a ter presente o essencial da sua vida, a vontade do Pai. Mas o silêncio pode ser duro. Jesus é tentado e posto à prova.
E se usar o seu poder para benefício próprio. Porque não fazer das pedras pão, já que tem fome? E se fizesse alguma coisa de espectacular – lançar-se, por exemplo, do alto do templo, sem que nenhum mal lhe acontecesse – para que reparassem nele e o admirassem? E porque não ceder – só um bocadinho, que importância teria? – aos poderes do mundo para realizar, mais rapidamente, o Reino de Deus? Afinal, não foi para isso que veio ao mundo?
O Evangelho abre-nos uma janela para o íntimo de Jesus. O fascínio do poder, da glória e do compromisso com o mal, também o tocaram como uma possibilidade. Porém, Jesus não cede ao encanto do mais fácil. Para si, escolhe a pobreza, a humildade, o serviço. Não quererá outro caminho. É assim – só assim – que realizará o Reino de Deus entre nós. E não haverá cedências. Antes perder a vida.
 Será possível viver assim, como Jesus? Pobreza, humildade, serviço: não é opção para fracos?; não será demasiada ingenuidade, num mundo tão astuto? Sim, parece difícil. Mas o Senhor mostra-nos que é possível. E repete-nos, uma e outra vez: “quem quiser seguir-me…”


P. José Frazão, sj  

domingo, 30 de janeiro de 2011

IV Domingo Comum



AS BEM-AVENTURANÇASAté ao Capítulo 5º do Evangelho de S. Mateus, o evangelista diz-nos que Jesus pregava (Mat.4,17), mas não nos diz o que pregava. O texto das Bem-aventuranças, em Mates 5,1-12, constitui a primeira pregação de Jesus. É o seu discurso de entrada na Vida Pública, a sua Declaração inaugural ou melhor, o seu Discurso - Programa. Com este Discurso, abre o chamado Sermão da Montanha que se encontra em Mateus, desde o capítulo 5º até ao capítulo 7,29. Com as Bem-aventuranças e com o Sermão Montanha, a multidão ficou admirada com a doutrina de Jesus, pois Ele ensinava como quem tem autoridade.

Por que é que causa admiração este Sermão de Jesus que abre com as Bem-aventuranças?

1. “Bem-aventurados os pobres…, deles é o reino dos Céus”
O reino dos Céus é o dos pobres em espírito e dos perseguidos: aqueles que não põem a sua fé, a sua confiança e a sua esperança nos bens materiais e que, por sua vez, são os perseguidos, porque lutam pela justiça. Duas condições indispensáveis para que Deus reine: renunciar à riqueza e à ambição da riqueza. Estas duas condições são a porta de entrada no Reino e a base da construção de novas relações. Esta transformação não agrada a todos e, daí, a perseguição, por aqueles que se sentem ameaçados por tal transformação e pela perda de privilégios.

2. “Bem-aventurados, os que choram, os humildes e os que têm fome e sede de justiça... serão consolados, possuirão em herança a terra, serão saciados”
Três promessas de Deus para passar duma situação negativa a uma situação positiva: da opressão à liberdade, do sofrimento à consolação, da injustiça à justiça. O Reino de Deus abre um horizonte de esperança, acende uma luz. Vale a pena sonhar outro mundo possível..., uma alternativa para uma vida digna para todos...Isto é uma Boa Nova e quão necessária nos nossos tempos de crise de valores...

3. “Bem-aventurados os misericordiosos, os puros de coração, os que buscam a paz”
São as atitudes e os objectivos que movem o trabalho para a construção duma nova Humanidade…, são os rasgos desta Humanidade nova que tanto desejamos e que já podemos ver nas pessoas e comunidades que se esforçam por ser misericordiosas, por terem puros os corações e por buscarem incansavelmente a paz. Daqui nasce um mundo solidário e feliz. Quem tem limpo ocoração tem a Deus na sua vida. Quem trabalha pela paz experimenta a Deus como Pai e até com o carinho de Mãe. É filho de Deus...

4. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça..., da mesma maneira perseguiram os profetas”

A comunidade cristã que assume o estilo de vida proposta pelas Bem-aventuranças choca com o estilo de vida do mundo que se deixa guiar por outros valores e se converte numa certa ameaça para a sociedade do poder do prestígio e do dinheiro. Daí a perseguição. O testemunho duma vida espiritual mina os cimentos, donde repousa uma sociedade injusta e assente sobre a mentira. Não é de estranhar que haja injúrias, perseguições. Foi assim em toda a história da Igreja. Mas a alegria e o regozijo, fruto da graça de Deus supera a perseguição, a desolação e a angústia… (lembrar a história dos mártires e dos perseguidos por amor da justiça)

5. “Bem-aventurados..., Bem-aventuradas”

Por que esta insistência de Jesus em afirmar as Bem-aventuranças? Jesus insiste nas Bem-aventuranças contra as bem-aventuranças do mundo (ou seja, as bem-aventuranças do “êxito”, as falsas bem-aventuranças que promete a sociedade injusta, insolidária e corrupta), Jesus proclama oito vezes onde se encontra a verdadeira felicidade e quais são as Bem-aventuranças do Reino de Deus. A verdadeira felicidade encontra-se numa sociedade justa, misericordiosa, pacífica. A sociedade injusta oferece a felicidade no egoísmo, na acumulação dos bens de qualquer ordem, no êxito pessoal. Ao contrário, o Reino de Deus oferece felicidade no amor, na sinceridade na simplicidade… A sociedade injusta à custa da felicidade da maioria, cria a falsa felicidade da minoria. A proposta de Jesus nas Bem-aventuranças consiste em eliminar toda a opressão e toda a injustiça, procurando a felicidade e a vida na abundância para todos e para todas.
A mesma lógica proposta por Mateus é a que recorda Paulo na Carta aos Coríntios, onde a força de Deus se concretiza nas pessoas que não são fortes nem sábias na consideração da opinião comum, mas que sabem encontrar na presença de Cristo, força e sabedoria para que “o que se orgulha se orgulhe no Senhor” (1 Cor 26-31).

6. As Bem-aventuranças, um apelo de Jesus, a sua Biografia
Quem nos chama a seguir as Bem-aventuranças é Jesus Cristo, que foi pobre e não teve onde reclinar a cabeça; foi misericordioso, manso e humilde de coração e perdoou a quem o ofendia…; chama-nos à comunhão com Ele; chama a Igreja a reconhecer nas Bem-aventuranças o seu modelo e estilo de vida…
Quem nos chama a seguir o caminho das Bem-aventuranças é Jesus Cristo o “Homem acabado” revestido da incorruptibilidade e que chegou à plenitude como lhe chama Paulo na 1ª Carta aos Coríntios 15. Para aí caminhamos. Aquele que nos chama não é um profeta vitorioso pelas armas, mas um crucificado. É por Ele que nós somos transformados todos os dias, é Nele que recebemos a força para esta transformação e é para Ele que voltamos os nossos olhos. Constatamos que aderimos a uma mensagem a uma Boa Nova que está em completa contradição com a mentalidade reinante no nossos mundo, este mundo, do qual, não somos, mas, no qual, vivemos (Jo. 17,6-19).

P. José Augusto de Sousa S. J.

domingo, 23 de janeiro de 2011

III Domingo Comum


Mt 4, 17-22
“Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, que é chamado Pedro, e André, que estavam a lançar uma rede ao mar, porque eram pescadores.
Disse-lhes Jesus:
- Vinde e segui-Me, e farei de vós pescadores de homens.
Eles deixaram logo as redes e seguiram-No.
Mais adiante viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, que estavam no barco, a arranjar as redes, com o pai. E Jesus também os chamou. Eles deixaram logo o barco e o pai e seguiram-No.”

Reflectindo um pouco:
"Vinde e segui-me. Fazei parte do meu grupo de amigos… Já sois meus amigos, mas desejo muito que estejais mais perto de mim"

É o convite que Jesus dirige hoje a cada um de nós.
Jesus chama pessoas simples que estavam a realizar o seu trabalho. Como Pedro, André, Tiago... chama a cada um de nós pelo nosso nome.
Posso... Devo perguntar-me: Como está a minha disponibilidade para responder aos chamamentos do Senhor?
O chamamento de Jesus não é para o vazio, "Pescadores de Homens".... mas sim para uma vida cheia de sentido alegria e plenitude. A resposta a este chamamento também não é de uma vez para sempre, e nem sequer se destina a uma minoria, é para todos e acontece todos os dias... Na nossa Comunidade, no nosso trabalho, nas actividades de cada dia. Assim, a resposta será pessoal e também se vai dando cada dia.
O caminho do seguimento de Jesus percorre-se e se renova-se todos os dias da nossa vida.
Segui-Lo é consequência da escuta da Palavra, da obedência à Palavra e da opcção pelos caminhos que essa Palavra nos aponta.

Que o Senhor nos conceda a graça de compreender, que segui-Lo dá uma dimensão nova à nossa vida, nos torna colaboradores na construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna onde a voz de Jesus ecoa à nossa volta, porque transborda em amor no coração de cada um de nós.
A.M.

Informações úteis

  • Na próxima quarta-feira, dia 26, haverá uma reunião destinada a todos os encarregados de educação que têm educandos a frequentarem a catequese em S. Tiago. Recorda-se que a participação nesta reunião, de pelo menos de um dos encarregados de educação, é requerida.
  • Na sexta-feira, dia 28 de Janeiro, haverá reunião de Jovens, pelas 21:15. Os jovens que nunca participaram nestas reuniões e gostariam de o fazer, também são convidados. Para mais informações, é favor contactar o Padre Hermínio Vitorino.
  • No próximo sábado, dia 29 de Janeiro, o 2º ano de catequese fará a celebração da Festa do Pai-Nosso, que se celebrará na eucaristia da catequese.

domingo, 16 de janeiro de 2011

II Domingo Comum


Disse-me o Senhor:
«Tu és o meu servo, Israel,
por quem manifestarei a minha glória».
E agora o Senhor falou-me,
Ele que me formou desde o seio materno,
para fazer de mim o seu servo,
a fim de lhe reconduzir Jacob e reunir Israel junto d’Ele.
Eu tenho merecimento aos olhos do Senhor
e Deus é a minha força.
Ele disse-me então:
«Não basta que sejas meu servo,
para restaurares as tribos de Jacob
e reconduzires os sobreviventes de Israel.
Vou fazer de ti a luz das nações,
para que a minha salvação chegue até aos confins da terra».
Is. 49,3.5-6

Deus fez de Jesus “Luz das nações”... As nações de então e das de agora. Os seus sinais encontram-se em todos os cantos da terra…
Assim, Jesus é ainda hoje “LUZ DAS NAÇÕES”.


Informações úteis

  • Na próxima quarta-feira, dia 19 de Janeiro, haverá encontro bíblico, com inicio às 15:30. Esta actividade é orientada pelo Padre Hermínio.

  • Na próxima sexta-feira, 21, pelas 21:15, realizar-se-á uma reunião de leitores. Ser leitor é um ministério que exige preparação e formação. Pede-se a todas as pessoas que são já leitoras ou gostariam de o ser, o favor de participarem neste encontro de formação.

  • Na próxima quarta-feira, dia 19, pelas 21:15, haverá uma reunião destinada aos encarregados de educação do 2º ano de catequese. Este encontro tem como objectivo preparar a celebração da Festa do Pai-Nosso, que se celebrará no dia 29 de Janeiro.

  • No próximo fim-de-semana, dias 22 e 23, realizar-se-ão as Jornadas de Voluntariado da Cova da Beira, subordinadas ao tema “Voluntariado: um serviço de afectos”. Para mais informações, consulte o programa afixado na porta da Igreja.

  • Na quarta-feira, dia 26, haverá uma reunião destinada a todos os encarregados de educação que têm educandos a frequentarem a catequese em S. Tiago. Recorda-se que a participação nesta reunião, de pelo menos de um dos encarregados de educação, é requerida.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Solenidade do Baptismo de Jesus


“Deus, deixa que os meus pensamentos se elevem para ti.
Eu não compreendo os teus caminhos mas tu sabes qual é o meu caminho.”
in Louange des Jours, Taizé

Informações úteis

  • No próximo dia 15 Janeiro (Sábado), entre as 9h30-13h00, vai decorrer, aqui na paróquia, o Encontro Espiritualidade Inaciana I, com o tema "Exame de Consciência". Será orientado pela Isabel Figueiredo e Silva (CVX de Castelo Branco), que nos falará da importância deste instrumento na ordenação e orientação da nossa vida. Participem no encontro, divulguem junto de familiares, amigos e de todos aqueles que gostariam de conhecer um pouco mais a riqueza da espiritualidade inaciana. Por questões de organização pedíamos que se inscrevessem até 13 Janeiro no secretariado da nossa paróquia, ou através dos responsáveis dos grupos CVX.

  • Na próxima sexta-feira, dia 14h, realizar-se-á pelas 21h15, uma reunião de jovens, aqui na nossa paróquia. Estão convidados a participar todos os jovens a partir dos 16 anos.

  • No próximo Domingo, dia 16, teremos um Encontro das Equipas de Nossa Senhora, da parte da tarde, a partir das 14h00, na sala Inácio de Loyola, aqui na nossa paróquia.


domingo, 2 de janeiro de 2011

Solenidade da Epifania do Senhor



"Vimos a sua estrela, e viemos adorá-lo..."

Os Magos são "os homens dos sinais", que sabem ver numa estrela o sinal da Libertação.

Deixam tudo... Não desistem no cansaço da longa viagem...
Não desanimam com o desaparecimento da estrela,
nem com a indiferença dos habitantes de Jerusalém:
perseveram até o fim e acabam encontrando o que procuram.
Não vão de mãos vazias... Oferecem o que têm de melhor...

Os "Magos" representam os homens de todo o mundo
que vão ao encontro de Cristo e que se prostram diante dele.
É imagem da Igreja, essa família de irmãos, constituída por gente
de muitas cores e raças, que aderem a Jesus e o reconhecem como "o Senhor".

sábado, 1 de janeiro de 2011

A crise e o Novo Ano

Temos vivido cobertos por “nuvens cinzentas” que teimam em assinalar que o Novo Ano não vai ser fácil. Se estamos atentos ao que se passa à nossa volta, facilmente caímos na conta que há sinais fortes que nos fazem pensar e preocupar. Até porque, o ano que agora termina já não foi nada fácil para muita gente. A crise toca na vida de muitas pessoas, e parece que vai aumentando o número daqueles que sentem os seus efeitos mais imediatos. Por outro lado, persiste em nós o desejo de expressar um Bom Ano Novo àqueles com quem as circunstâncias da vida permitem encontro e relação.

As origens de uma crise são múltiplas. Muitas vezes, as consequências económicas são o produto final de uma série de causas e efeitos. Não me vou deter sobre as suas causas, não só devido à sua complexidade, mas também por não ser este o espaço mais indicado para o efeito. Deter-me-ei, sim, sobre o desejo de que, como comunidade, vivamos um Novo Ano 2011 bom, reagindo contra a crise.

Continuamos a viver, na nossa comunidade paroquial, momentos de muito trabalho, (pastoral e material): dar Jesus a conhecer e celebrá-Lo em eucaristia, e simultaneamente procurando renovar as nossas estruturas, com empenho e compromissos que envolvem todos os que verdadeiramente se dedicam e comprometem com uma comunidade viva, que serve, e só serve se servir, e será tanto mais serviço quanto mais o for cada um dos membros que a constituem.

Não raramente, fui ouvindo frases como esta: “o que estamos a fazer é essencial para a vida e futuro da nossa comunidade paroquial… mas com esta crise… o melhor seria esperar que a crise passasse”. Não posso estar mais em desacordo! Nenhuma crise passará se cruzamos os braços e ficamos passivamente à espera! A crise não passa sem nós… de nós depende que passe connosco e passe com a maior brevidade possível! A raiz dos problemas e também das soluções, reside, antes de mais, nas atitudes interiores de cada pessoa. Tempos de crise são também tempos de oportunidades e de esperança ao alcance de cada indivíduo, grupo, instituição. Este é o tempo favorável de fazermos a diferença. Com os braços cruzados, à espera, o mundo passa por nós, e nós ficamos a olhar para ele, assistindo como espectadores. Se assim for, não entramos no dinamismo da história, nada seremos, se nada fizermos, se nada formos.
Desejo que todos tenham um Bom e Santo Ano Novo. Tudo o que vier a acontecer, será dom e pura graça. Mas o dom e a graça de Deus, o qual permanece sempre, age activamente em cada um de nós e caminha ao lado de todos os que fazem o melhor que de si depende e confiam a Jesus, aquilo que de cada um de nós não depende tanto.
Que o Novo Ano, que agora tem início, seja um ano de empenho, dedicação, generosidade, optimismo e esperança. Se assim for, não só teremos um bom ano, mas seremos ocasião para que este seja bom na vida de tantas pessoas à nossa volta: comunidade, família, vizinhos e até pessoas que nem conhecemos! Desejo a todos os paroquianos um santo e abençoado Ano Novo cheio de criatividade e fidelidade a Deus que age na vida daqueles que activamente se abrem à Sua graça.

Padre Francisco Rodrigues, s.j.