domingo, 29 de abril de 2012

IV Domingo da Páscoa . O Bom Pastor

"Eu sou o BOM PASTOR" (Jo 10, 11).

"Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil, e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor". (Jo. 10, 16)


O PASTOR , VIVE, e dá Vida. O Bom Pastor é“Deus connosco”

Jesus diz-nos hoje, que Ele é o Pastor verdadeiro. O Bom Pastor está ao serviço de todas as ovelhas, mesmo que sejam pobres ou velhas. 
Entendemos que, para Ele, TODOS somos importantes? Dar a vida é amar com predilecção cada uma das ovelhas, embora elas não o saibam.  
Os mercenários, que abandonam as ovelhas em momentos de crise, é porque a única coisa que lhes interessa é explorá-las.
Em 2008, 1.000 milhões de pessoas morreram de fome, enquanto o mundo produziu o suficiente para alimentar 10.000 milhões. Se não inventarmos outra sociedade morreremos todos.
Jesus questiona-nos: Não sabeis que eles necessitam que lhes deis VIDA? Como Eu os conheço a todos pelo nome, reconhecei também vós também os vossos irmãos.
O Bom Pastor, por excelência é Jesus Cristo, mas todos recebemos Dele essa missão de dar vida, de animar e acompanhar, de criar unidade... Só Unidos sustentaremos mundo. 
Jesus é único Salvador, o Pastor que conduz à verdadeira vida em plenitude, mas deseja que todos nós façamos parte do seu projecto e o revelemos no diálogo que gera amor, nas atitudes de uma Vida que se oferece. 
Estamos hoje a celebrar o Dia Mundial de Oração pelas Vocações e o tema que nos é proposto: “As vocações, dom do amor de Deus”, é uma chamada de atenção para todos nós! Pároco, catequistas, pais, mães… Não exclui ninguém.
Temos de anunciar a todos que Jesus, O Bom Pastor dá a vida por cada um de nós, conhece-nos pelo nome. Ele diz: “ A vida ninguém ma tira, sou eu que a dou livremente.” E convida-nos a fazer o mesmo, a gastar a vida por amor. Só assim podemos responder a um amor tão grande!  

P. Hermínio Vitorino, sj



P. Hermínio Vitorino, sj

“Ninguém Ma tira [a vida] sou Eu que a dou espontaneamente.” Jo 10, 17


Dar ou tirar a vida?

Não é assim tão simples responder a esta pergunta. Por vezes não parece que o tempo, e mil outras situações, nos vão tirando pedaços de vida? Quantos sonhos por realizar, quanta azáfama e correria, e, de repente, chocamos com a fragilidade de um acidente ou uma doença. É verdade, podemos andar a viver como se tudo nos fosse tirado: o tempo, o vigor, a saúde, o convívio com os outros. Mas também é possível ter outra perspectiva: a vida foi-nos dada para aprendermos a dá-la. Quando dá gosto e quando custa, dar como quem semeia, dar quando não apetece, dar como se fosse este o último momento, dar com sorrisos ou com lágrimas. Conseguimos ver a diferença?

“Ainda há pastores?” é o título de um belíssimo documentário de 2008 de Jorge Pelicano. Foi dele que me lembrei ao voltar a ler este evangelho chamado do Bom Pastor. Não tanto preocupado pelos pastores de gado (que certamente a crise também afecta) mas por esta imagem/missão que gosto de ver atribuída a todos nós. Não somos um pouco pastores de todos aqueles que amamos? Não nos preocupamos com eles e desejamos cuidar com atenção e ternura, como diz o Caetano Veloso: “Quando a gente ama é claro que a gente cuida?”? O que é que pode mudar tudo isso? O que pode fazer com que alguém, responsável por outras pessoas, pelo bem comum, pelo dinheiro de muitos, pelo serviço a uma comunidade, deixe de ser pastor e passe a mercenário? Se se desiste do esforço de educar, de ser honesto e verdadeiro, de assumir os erros para melhorar, de dar valor ao trabalho, de procurar o maior bem para os outros, então, não há mesmo pastores!   

“Amigos improváveis” (“Intouchables” no original), o maior êxito do cinema francês, é um filme que nos “toca”. Porque na situação de duas pessoas que, normalmente, não se “tocariam”, pois pertencem a mundos tão diferentes e distantes, descobrimos como nos tornamos responsáveis uns pelos outros. E como a responsabilidade mútua é capaz de levar a verdadeiros milagres de ressurreição. Quando somos verdadeiros connosco e com os outros, quando ultrapassamos a aparência e vencemos o egoísmo, esse bichinho tão pernicioso que nos esburaca a alma fazendo-nos crer que assim é que somos felizes. Sim, isto de Deus nos fazer à sua imagem tem grandes consequências: só podemos ser felizes quando nos damos, quando nos gastamos com outros e para outros, quando ajudamos a descobrir a maravilha da vida até de alguém que só pode mexer a cabeça. Não será essa a diferença entre dar ou guardar a vida?  Vamos lá descobrir de novo de quem somos pastores!

P. Vítor Gonçalves 
in VOZ DA VERDADE 29.04.2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

III Domingo da Páscoa



Jesus aparece no caminho que percorremos, na casa que habitamos, na conversa que partilhamos.
Ao partir o pão - sinal da vida das pessoas simples e motivo de luta das pessoas necessitadas - ao partilhar o nosso caminho e ao dizer-nos palavras de ânimo e perdão, descobrimos a sua Pessoa, transmissora de paz, animadora do caminho, aliviadora de fadigas. 

Jesus enche-nos de sua Paz, da sua Alegria e de Vida nova.

domingo, 8 de abril de 2012


Jesus Ressuscitou! É este o canto de alegria que renovamos todos os anos na Páscoa! Nele ressoa, através dos tempos, o espanto e a alegria que as Santas Mulheres e os Apóstolos viveram no “primeiro dia da semana”, no primeiro dia da eternidade sem tempo em que o Verbo de Deus encarnado ressuscitou dos mortos e se manifestou, vivo, aos discípulos!

Dos relatos canónicos, que a Igreja conservou ao longo dos séculos, podem esboçar-se quatro quadros que nos ajudam a reviver o acontecimento.

1º A dedicação pela Pessoa de Jesus, manifestada no amor e coragem das Santas Mulheres, de quem, Maria Madalena é o melhor exemplo (não considerando o caso muito especial da Mãe de Jesus). São elas que O acompanham ao Calvário, o que parecia ser o fim de tudo, e são ainda elas as primeiras a querer ultimar os cuidados devidos ao corpo do Senhor.

2º A surpresa do sepulcro vazio! “Levaram o Senhor”, foi a primeira reacção! “Ainda não tinham entendido as Escrituras”! Mas o sepulcro aberto ajudou também a abrir-lhes o entendimento!

3º “Viram e acreditaram!” É estranho que tenham acreditado só pelo que viram: um sepulcro aberto, os lençóis e ligaduras arrumadas! Mas foi então que tudo começou a fazer sentido!... Os escritos dos Profetas e os sucessivos anúncios que o próprio Jesus tinha pronunciado… Faltava-lhes a manifestação do Senhor vivo! De qualquer modo, mereceram a aparição de Jesus Ressuscitado, mesmo antes dos Apóstolos.

4º O testemunho da Ressurreição. Foram elas, em primeiro lugar, a levá-lo aos Apóstolos que até não as tomaram muito a sério. Mas, depois, “testemunho” e seus derivados são as palavras mais usadas nos Actos dos Apóstolos. A cada passo, estes recorrem à força do testemunho para convencer os seus ouvintes de que Jesus está vivo junto do Pai e quer atrair a Si todos os homens, para ao salvar, lhes dar um sentido de existir!

Até que ponto é que a minha dedicação pela Pessoa de Jesus me leva também ao “testemunho”? Não há outro modo de dar a conhecer a força da Sua Ressurreição!


MUITO BOAS-FESTAS NA ALEGRIA DO SENHOR RESSUSCITADO!
P. Manuel Vaz Pato, sj

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta feira Santa



ORAÇÃO DIANTE DA CRUZ

Recebe, Senhor, os nossos medos
– e transforma-os em confiança.

Recebe, Senhor, o nosso sofrimento
– e transforma-o em crescimento.

Recebe, Senhor, o nosso silêncio
– e transforma-o em adoração.

Recebe, Senhor, as nossas crises
– e transforma-as em maturidade.

Recebe, Senhor, as nossas lágrimas
– e transforma-as em oração.

Recebe, Senhor, a nossa ira
– e transforma-a em serenidade.

Recebe, Senhor, o nosso desânimo
– e transforma-o em fé.

Recebe, Senhor, a nossa solidão
– e transforma-a em contemplação.

Recebe, Senhor, as nossas amarguras
– e transforma-as em paz de espírito.

Recebe, Senhor, a nossa morte
– e transforma-a em ressurreição.

 (por Frei Acílio Mendes)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quinta feira Santa



"Levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura." ( do Evangelho de S. João)

O amor e o serviço acontecem simplesmente, sem grandes palavras e sobretudo traduzido em gestos...  
E esta é a boa notícia de hoje: Jesus é o servo dos Servos  por amor e os discípulos sentem o toque do mestre que se ajoelha a seus pés, os olha de "baixo para cima" e lhes pede: "Deixa-me lavar-te os pés"!

Aqui estamos, como somos, para estar Convosco. Abri a nossa vida ao mistério da Vossa presença e tornai-nos capazes de acolher o Vosso Amor.

Pintura de  Rupnik

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Coro Santo Inácio








No Domingo de Ramos (1 de Abril), a nossa Comunidade Paroquial recebeu com alegria o Coro Santo Inácio dirigido pelo seu Maestro Padre João Caniço, sj.
Este grupo cantou na Eucaristia das 11:30, e ofereceu-nos ainda às 15:00 um Concerto de Música Sacra de temática pascal. Em ambas as intervenções, o Coro provocou a interação com as pessoas da Comunidade, sendo sido por isso um momento de beleza e partilha de dons.
Muito obrigado ao Coro Santo Inácio e  todos os que promoveram e ajudaram nesta atividade.

segunda-feira, 2 de abril de 2012


A celebração litúrgica do dia de hoje condensa os contrastes e contradições de toda a semana que se segue. Por um lado, recordamos a entrada triunfal de Jesus na cidade santa, por outro, lemos e meditamos a descrição da Paixão. Só cinco dias separaram no tempo estes dois acontecimentos - mas quantas diferenças! O mesmo povo O aclama primeiro e O acusa depois! Porquê esta mudança brusca no comportamento da multidão? A memória curta das multidões não explica tudo. Não tinham ainda compreendido que espécie de reinado era o de Jesus Cristo. Impressionados pela cura do cego de nascença e pela ressurreição de Lázaro, viram em Jesus o libertador político: finalmente aparecera o rei, o descendente de David, que iria expulsar o dominador romano! Mas os acontecimentos dos dias seguintes vieram desfazer esses sonhos e Jesus, de triunfador de domingo, passou ao desprezado e malfeitor de sexta-feira. Não era Jesus a entrar em Jerusalém que eles aclamavam, mas sim a imagem que a sua própria conveniência dEle criara. Desde sempre Jesus Cristo é sinal de contradição e também nós corremos o risco
de "instrumentalizar" a sua imagem. Esta semana recorda-nos vivamente que este Homem em quem acreditamos (não porque nos dá jeito, ou por pura tradição) é Deus feito homem, humilhado até à Cruz, por nós, solidário com as nossas dores e limitações, até à morte. Este é o Jesus que quis sofrer a injustiça, a traição, a tortura, o desprezo, o sofrimento, a condenação à morte - para estar perto de tantos homens e mulheres sujeitos a idênticos ciclos de violência. Ele próprio tinha anunciado, paradoxalmente, que esta era a sua "hora", este o seu "dia" de vitória, o seu tempo de glorificação. É, de facto, a semana em que a morte e a vida travam um combate total; aparentemente vencido, Jesus Cristo é o vencedor! "Eu sou a vida", tinha afirmado antes. E a vida vence a morte. "Páscoa" significa "passagem"; passagem da humilhação ao triunfo, da derrota à vitória, da morte à vida. Estes dias são de tristeza, acompanhando o Senhor na sua Paixão. Mas são também de alegria, são dias de derrota vitoriosa, porque da morte nasce a vida. É com os olhos postos na manhã da Ressurreição que devemos meditá-los e vivê-los, na liturgia, na oração, no nosso dia-a-dia.
P. Manuel Vaz Pato, sj

domingo, 1 de abril de 2012

Domingo de Ramos




Entrámos na Semana Santa, a grande Semana que nos levará ao momento em que o Senhor ressuscitado nos dirá onde está a vida.
Iniciámo-la com um gesto cheio de significado, atualizando o gesto de há cerca de dois mil anos, em que um pequeno grupo, contra a vontade das autoridades e das classes dominantes recebe Jesus de Nazaré, em Jerusalém, como Rei-Messias, reconhecendo Nele o único enviado de Deus para salvação dos homens.
Que este gesto, que hoje repetimos simbolicamente, signifique que também nós, nos queremos comprometer dum modo solene, com Jesus Cristo, nosso Rei e Senhor.
Que Os RAMOS, que carregamos com alegria e entusiasmo na procissão e que levamos  para nossas casas, sejam sinal de um povo, que aclama o seu Rei e o reconhece como Senhor que salva e liberta.
Que sejam também um Sinal do compromisso de quem deseja viver intensamente essa Semana Santa.