domingo, 18 de julho de 2010

XVI Domingo do tempo Comum



Marta ou Maria?

Santo Agostinho diz que, como Bispo, se esforçava ao mesmo tempo por ser Marta e Maria. Não podemos contrapor estas duas mulheres como se uma vivesse na ilusão e a outra na verdade. Marta, somos todos nós, quando trabalhamos mergulhados na agitação que gera a inquietação. “Marta Marta porque te inquietas…” Esta inquietação pode provocar o medo e provém da falta de fé na Palavra, aquela que é Boa Nova e que nos estabelece na Paz.. Em definitiva, devemos assumir as ocupações de Marta, desde que não façamos de nossa vida um monte de deveres e que tenhamos a atitude de Maria. A visita de Jesus aparecia a Marte como um desencadear de deveres para servir bem, melhor dizer para “ficar bem” com Jesus. Satisfação própria?..Ora Jesus não veio para ser servido, mas para servir e para nos anunciar uma Boa Nova. Essa Boa Nova acolhemo-la como Palavra (Ele próprio) como fez Maria. Caso para dizer que, muitas vezes, nas nossas Eucaristias estamos tão preocupados que tudo saia tão bem que descuramos sentarmo-nos e ouvirmos Jesus na atitude de Maria. Marta queria alimentar Jesus, Mas Jesus está a caminho de Jerusalém e é Ele que vai morrer para se dar em alimento e em bebia pela partilha da sua Palavra e do seu Pão. Sentemo-nos como discípulos aos pés de Jesus como fez Maria. Servir como Marta, mas sem faltar a atitude de Maria. Sem colocar de lado a Cristo, mas permanecer em atitude de escuta permanente e permeabilidade à sua Palavra.
Aquela que se opõe a Maria não é Marta mas Eva que no Capítulo 3º do Génesis recusa crer na Palavra que lhe foi dita para abraçar a palavra da mentira, a palavra que a introduziu no medo de Deus. Ora o Deus que mete medo não é Deus é um ídolo !... A pobre da Marta acreditava no seu Senhor, só que teve de purificar a sua fé… nós? Quem somos? Marta ou Maria?

P. José Augusto Alves Sousa

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