O texto
luminoso do Livro dos Actos dos Apóstolos 2,1-11 mostra-nos todos reunidos no
Cenáculo e varridos ou recriados pelo vento impetuoso do Espírito, que varre as
teias de aranha que ainda nos tolhem, e pelo seu fogo que nos purifica. O
Espírito senta-se – bela e significativa
expressão! – sobre nós, novo Mestre que orienta e guia a nossa vida.
Verificação: eis-nos a falar outras línguas, dádiva do Espírito! Milagre:
cessam incompreensões, divisões, invejas, ciúmes, ódios e indiferenças, e nasce
um mundo novo de comunhão e comunicação plenas, pois todos nos entendemos tão
bem como se se tratasse da nossa língua materna, da palavra antes das palavras,
divina e humana lalação. Chame-se-lhe confiança, intimidade, ternura, amor.
Impõe-se, nesta bela comunidade, uma atitude de vigilância permanente, pois
será sempre grande a tentação de querer levar o Espírito à letra! E aí está a
advertência vinda dos Coríntios, cujo falar em línguas ninguém entende (1
Coríntios 14,2), sendo preciso o recurso a intérpretes (1 Coríntios 14,28).
D. António Couto
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