domingo, 22 de junho de 2014

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo


«Como é bom, como é belo, viverem unidos os irmãos» (Salmo 133,1). Saboreemos esta Alegria, o Pão e o Vinho da Alegria, nesta celebração da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, bem unidos e reunidos à volta do único Senhor da nossa vida, Jesus Cristo. Tradicionalmente, neste Dia, o Senhor da nossa vida presidirá e abençoará com a sua Presença, caminhando connosco, no meio de nós, em solene procissão, os caminhos das nossas aldeias e cidades. Quer isto dizer que o pálio (pallium) de Deus atravessará as nossas aldeias e cidades. O pálio de Deus é o manto (pallium) de Deus, os braços carinhosos com que nos abraça e nos envolve, e nos pede para fazermos outro tanto, enchendo de graça e de esperança todos os nossos irmãos. Verdadeiramente, num mundo em crise como este em que vamos, parece que voltamos a viver, como dizia S. Paulo aos Efésios, «sem esperança e sem Deus no mundo» (Efésios 2,12). Entenda-se: sem esperança, porque sem Deus no mundo, connosco, no meio de nós.
Jesus Cristo é Deus presente no nosso mundo todos os dias. E o pálio é o manto, o abraço, com que nos acarinha e envolve. De pálio (pallium) vêm os cuidados paliativos, que não são apenas os cuidados médicos que são prestados aos nossos doentes terminais; são sobretudo a expressão de um amor maior, de um manto maior e mais quente, que nos envolve e nos salva em todas as situações (Gianluigi Peruggia, L’abbraccio del mantello, Saronno, Monti, 2004).
Dá-nos, Senhor, um coração novo,
Capaz de conjugar em cada dia
Os verbos fundamentais da Eucaristia:
RECEBER, BENDIZER e AGRADECER,
PARTILHAR e DAR,
COMEMORAR, ANUNCIAR e ESPERAR.

Dá-nos, Senhor, um coração sensível e fraterno,
Capaz de escutar
E de recomeçar.

Mantém-nos reunidos, Senhor,
À volta do pão e da palavra.
E ajuda-nos a discernir
Os rumos a seguir
Nos caminhos sinuosos deste tempo,
Por Ti semeado e por Ti redimido.

Ensina-nos, Senhor,
A saber colher
O Teu amor
Semeado e redentor,
Única fonte de sentido
Que temos para oferecer
A este mundo
De que és o único Salvador. 


D. António Couto

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