quarta-feira, 31 de julho de 2013

Comunidade que caminha, mesmo em Férias

Com o terminar da catequese, vem também o término das aulas e por conseguinte o aproximar das férias. Mas o facto de ter terminado a catequese, não significa que as actividades da paróquia pararam ou que a nossa fé também fique de férias!

Férias são tempo de descanso, de estar com as pessoas de quem se gosta, de se fazer uma pausa do rodopio do dia-a-dia. Férias, são também um tempo privilegiado de encontro com Cristo. Quer pelas leituras, pela oração, quer pelo tempo de estar simplesmente numa Eucaristia e “sentir” toda aquela paz num espaço e tempo de encontro. As férias são um espaço que em família, convidamos Cristo a estar connosco sem relógios, pois Cristo caminha connosco, mesmo em férias!

Este tempo, pode ser também um tempo em que, com mais tempo e de uma forma mais tranquila, cada um possa encontrar na paróquia, movimentos e grupos de pessoas, com o qual cada um se identifique, e que lhe permita estar ao serviço do próximo ao longo do ano. Estar com Cristo é estar inserido numa grande família, com muitos rostos mas com um caminho comum, o de Cristo.

Em dia de Santo Inácio, deixemos que Cristo nos encontre neste Caminho e que cada um abrace a cruz estando disponível para estar ao serviço de amar o próximo. 

Teresa Raquel Barata


Em tudo amar e servir


Celebrámos em ambiente festivo a solenidade de Santo Inácio de Loiola  fundador da Companhia de Jesus da qual fazem parte os sacerdotes da nossa comunidade paroquial.
A Celebração foi presidida pelo sr. Cónego Manuel Alberto Pereira de Matos, e concelebrada pelos jesuítas e grande parte do Clero do nosso Arciprestado.
Todos nos sentimos em festa de Acção de Graças por tanto bem recebido, através de Inácio de Loiola e da Companhia de Jesus, e concretamente com a presença dos Jesuítas nos caminhos que vamos percorrendo.
Eles fortalecem em nós o desejo de abertura à vida de Jesus  e à escolha daquilo que mais nos pode conduzir ao Reino de Deus.
Sabemos que é uma caminhada, por vezes árida e nunca acabada, mas estes momentos ajudam-nos a olhar para Deus com mais fé, mais disponibilidade e maior discernimento, sabendo que Ele nunca se ausenta ou desiste de nós, mas se faz presença consoladora, em casa pessoa, cada situação, cada luta, cada momento das nossas vidas...
Que o Senhor nos ajude a testemunhar esta comunhão a que somos convidados por Santo Inácio e em tudo possamos amar e servir.
A.M.

Solenidade de Santo Inácio de Loyola

Peregrinar, contemplar, servir...


Peregrinar, contemplar, servir...

Santo Inácio de Loyola, Fundador da Companhia de Jesus, de nome Íñigo López na língua vernácula, nasceu em 31 de Maio de 1491 no País Basco (cidade de Azpeitia), e morreu em Roma, em 1556. Foi canonizado em 12 de Março de 1622 pelo Papa Gregório XV.
Ele dava muita importância ao descanso, necessário e útil para si e para todos os seus companheiros Jesuítas. Desde o início da Companhia de Jesus, criou-se o hábito de se disponibilizar um dia por semana, para  se fazer uma pausa saindo do local de trabalho do dia-a-dia para descansar, caminhar um pouco, conversar com os companheiros, rezar, contemplar o mundo à sua volta e, n’Ele, encontrar a presença de Deus que convida, cada um, a segui-Lo para sempre. Esse costume foi preservado através dos tempos. Por exemplo, em Roma, no Colégio Romano, actual Universidade Pontifícia Gregoriana, manteve-se até há poucos anos atrás, isto é, conservou-se por mais de 450 anos. À quinta-feira não havia aulas nessa universidade da Companhia de Jesus. Mas, em contrapartida, tínhamos aulas ao sábado de manhã.
A esse dia, ou a essa pausa, nós chamamos, Casa de Campo porque, quando era possível, os jesuítas deslocavam-se para um lugar mais retirado, mais calmo, para uma casa sua ou não, (perto da sua residência habitual) para aí se poderem encontrar, repousar, rezar e também conviver. Este costume, em alguns lugares, ainda se mantém. Quando estava no Noviciado, em Coimbra, fazíamos algo parecido e também durante o tempo de estudos, na Companhia de Jesus.
Tudo isto se fazia ou faz, porque Santo Inácio, o peregrino, como gostava de ser chamado, sempre privilegiou, entre outras coisas, o peregrinar interior e exterior, e o contemplar: em Roma, por exemplo, da janela do seu quarto contemplava as estrelas e, no jardim, extasiava-se com as flores...                                                                                        
Ele reconhecia tudo como graça e tudo oferecia ao seu Criador e Senhor, pois diz na sua oração: “Tomai Senhor e recebei...Tudo é Vosso,…Vós mo destes…, a Vós Senhor o restituo”. Esta experiência exprime a gratidão, no serviço a cada irmão e no desejo de “em tudo amar e servir, para maior glória de Deus”. 
Durante o nosso tempo de Férias detenhamo-nos, também, diante da vida e da beleza que nos rodeia, demos tempo e demo-nos tempo… Experimentemos a gratuidade do Amor e a certeza de que tudo é dom, tudo é oferta do amor de Deus.
Jesus vai contigo para Férias. Reserva-lhe uma viagem na tua vida, um lugar no teu coração! Desejamos a todos umas boas e abençoadas férias peregrinando, contemplando e servindo, ao jeito do nosso Fundador, Santo Inácio de Loyola e segundo a vontade de Deus! 
                                                                                                                  P. Herminio Vitorino, sj


domingo, 21 de julho de 2013

XVI Domingo Comum - Escolher a melhor parte


Continuando o seu caminho, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra. Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.» O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.» (Lucas 10, 38-42)

Marta e Maria, podemos dizer que são as duas faces da mesma moeda, conciliam a hospitalidade e o acolhimento. A escuta da sua palavra é o ponto de partida de toda a caminhada de fé.
Duas formas sinceras de acolher...  Não se trata só de abrirmos a porta da nossa casa, mas também abrir os ouvidos e o coração, dando a nossa atenção àquele que vem ao nosso encontro.
E Deus passa  junto de nós, muitas vezes,  sem fazer ruído. Deixemos que Ele se manifeste nas nossas vidas, converta as nossas divisões e nos mostre qual é a melhor parte.
Todas as vez que nos dispomos a acolher os irmãos, todas as vezes que nos reunimos na Eucaristia o Senhor nos acolhe como hóspedes em sua casa e nos oferece a "melhor parte": a sua Palavra e o Pão da vida.

Informações úteis

No próximo dia 31 (ou seja, de quarta-feira a uma semana), celebraremos festivamente o dia de Sto Inácio de Loiola, fundador da Companhia de Jesus. Depois da Missa da Festa, às 11 horas, teremos, em São Tiago, um almoço/convívio que marcará, também, o começo do tempo e do horário de férias. Para efeitos de cálculo do número de comensais, agradecemos que as pessoas que fazem tenção de participar no almoço /convívio se inscrevam na Secretaria, até ao dia 27.
No mês de Agosto, a Igreja estará aberta das 9:00 às 12:30. Durante a semana, só haverá a Missa das 11 horas. Aos Domingos e no dia 15 (Assunção de Nª Sª), teremos as 3 Missas habituais dos dias de preceito.

A Exposição-Leilão que tem funcionado na sala de Santo Inácio vai encerrar definitivamente no Domingo 28. A partir de hoje, as peças compradas irão sendo retiradas.

Continuam abertas as inscrições para o Acampamento Maristela 2013, organizado pelo P. Henrique Rios e uma equipa de animadores. Terá lugar em Quiaios – Figueira da Voz, de 29 de Julho a 5 de Agosto. Destina-se a crianças que terminaram, este ano lectivo, o 5º ou 6º ano de escolaridade. Informe-se na secretaria da Paróquia.

domingo, 14 de julho de 2013

XV Domingo Comum



Parábola do Bom Samaritano (Lc. 10, 25-37)
História simples, mas na qual cada pormenor assume imenso significado. Começa por um doutor da Lei que, aparentemente, procura o Mestre para esclarecer um ponto central da Lei – que, aliás, ele até já conhecia muito bem: “Que hei-de fazer para receber a vida eterna como herança?” – “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento: e ao próximo como a ti mesmo”. – “Faz isso e viverás!”, garante-lhe Jesus. O doutor da Lei não se deu por contente e ainda bem, porque deu azo a que Jesus nos esclarecesse a todos relativa/ a uma pergunta que cada um já terá feito, de um modo ou de outro: “Quem é o meu próximo?” O homem estaria à espera de uma definição mais ou menos filosófica de “próximo”, mas o que ouviu foi uma pequena história que não só lhe respondia à pergunta como sobretudo lhe apontava o caminho exigente de compromisso com os outros. Reparemos bem que os maus da fita, nesta narrativa, são um sacerdote e um servidor do templo. E isso não é por acaso. Jesus quer chamar a atenção dos que devem mostrar mais responsabilidade em viver a Lei de Deus. Ao fim e ao cabo, todos nós temos alguma tendência para a deficiência de visão quando a vista não agrada! E quem veio a socorrer o pobre desgraçado, quase morto na valeta da estrada? Foi o “inimigo” (pois os samaritanos não se davam com os judeus). Foi esse desconhecido, de um povo de algum modo adversário, que se compadeceu do moribundo, lhe deu a sua montada, gastou tempo e dinheiro para socorrer o infeliz. Fez-se próximo do seu próximo.

parábola do Bom Samaritano faz-me lembrar um dos mais recentes gestos do Papa, a que os MCS deram algum relevo. Na sua primeira saída de Roma, não foi visitar países ou gente importante. Deslocou-se, sim, a uma pequena ilha do Mediterrâneo, chamada Lampedusa, entre a Itália e o norte de África, que, pela sua posição geográfica, é procurada, como porto de abrigo, pelos emigrantes africanos clandestinos que anseiam chegar à Europa, na esperança de conseguirem melhor vida para si e para as suas famílias. Mas as barcas de transporte, desde logo, tantas vezes, propriedade de exploradores, são rudimentares e inapropriadas para vogar em alto mar. Apinhadas de gente, muito para além do razoável, grande parte destas embarcações têm naufragado a meio do trajecto. Calcula-se em cerca de 25 mil pessoas que já morreram afogadas durante o percurso.

E o que é que o Papa foi fazer a Lampedusa? Disse ele, na homilia: “Quando há algumas semanas tomei conhecimento desta notícia, que infelizmente tantas vezes se repete, o meu pensamento tornou-se continuamente como um espinho no coração, que traz sofrimento. E então senti que devia vir aqui hoje rezar, fazer um gesto de proximidade, mas também para despertar a nossa consciência, a fim de que o que aconteceu não se repita (…) Nesta Liturgia, que é uma Liturgia de penitência, peçamos perdão pela indiferença para com tantos irmãos e irmãs; pedimos-te perdão (Senhor) por quem se acomodou, quem se fechou no próprio bem-estar que conduz à anestesia do coração; pedimos-te perdão por aqueles que com as suas decisões a nível mundial criaram situações que conduzem a estes dramas (... ) Muitos de nós, incluindo também eu, estamos desorientados, deixámos de estar atentos ao mundo em que vivemos, não cuidamos, não protegemos o que Deus criou para todos, e também deixámos de ser capazes de nos protegermos uns aos outros. E quando esta desorientação assume as dimensões do mundo, chega-se à tragédia como a que assistimos. (…) A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar (só) em nós próprios, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver em bolas de sabão, que são belas mas não são nada, são a ilusão do fútil, do provisório, que conduz à indiferença para com os outros, e assim conduz à globalização da indiferença”.

padre Manuel Vaz  Pato, sj

domingo, 7 de julho de 2013

XIV Domingo Comum


« Naquele tempo,  designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara». (Lc. 10,1-2)


Desde o primeiro momento, Jesus se rodeia de amigos e colaboradores.
A chegada do reino de Deus pede uma mudança de rumo em todo o povoo,
e isto não pode ser tarefa exclusiva de um pregador particular.
É necessário pôr em marcha um movimento de homens e mulheres
saídos do povo que, em sintonia com Ele, ajudem os outros a tomar consciência
da proximidade salvadora de Deus.
Jesus ensina a confiar no amor solícito de Deus
e no acolhimento mútuo entre irmãos.
O que se respira junto a Jesus é inusitado, algo verdadeiramente único.
A sua presença tudo enche. Ele é o centro.
O decisivo é a sua pessoa, toda a sua vida.
Vive perdoando, libertando do mal, amando apaixonadamente as pessoas
acima de toda a lei, e indicando a todos que o Deus que está a irromper
nas suas vidas é assim:
amor insondável e só amor.

José Antonio Pagola.
Jesus: uma abordagem histórica”.