Mateus 4, 18-23
(...) Caminhando ao longo do mar da Galileia,
viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes
ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-me e farei de
vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-no.
Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos:
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia
de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o
barco e o pai, seguiram-no.
DEUS ANDA POR AÍ À PROCURA
DE TI
Jesus caminha ao longo das praias do Mar da Galileia, e vê dois irmãos, Simão e André, ocupados nos trabalhos da pesca, e diz-lhes: «Vinde atrás de mim (deûte opísô mou)!» (Mateus 4,19). A resposta é imediata: «Deixaram logo as redes, e seguiram-no!» (Mateus 4,20). E andando um pouco mais, viu outros dois irmãos, Tiago e João, que, com o pai, Zebedeu, consertavam as redes na barca. Também os chamou. E também eles deixaram logo a barca e o pai, e seguiram-no (Mt 4,21-22).
Note-se bem que Jesus
desce ao nosso mundo, caminha pelas nossas estradas e vem ter connosco aos
nossos lugares de trabalho. E é aí que nos chama. Não espera por nós no cenário
sagrado das nossas Igrejas! Não nos obriga a aprender uma doutrina, nem sequer
nos entrega um projecto de vida, mas chama-nos a segui-lo («vinde atrás de
mim»), e partilha connosco a sua vida, como o Mestre faz com os seus
discípulos. Não nos põe a fazer uma espécie de estágio, para que um dia nos
tornemos Mestres. Nós permanecemos sempre discípulos, e um só é o Mestre. Não
nos coloca num estágio, num estado, num estrado, numa estante, mas num caminho!
E um dia mais tarde, ouvi-lo-emos ainda dizer: «Ide!». É sempre no caminho
que nos deixa.
Tu, Senhor, Tu falas
E um caminho novo se abre a nossos pés,
Uma
luz nova em nossos olhos arde,
Átrio
de luminosidade,
Pão
De
trigo e de liberdade,
Claridade
que se ateia ao coração.
Lume
novo, lareira acesa na cidade,
És
Tu, Senhor, o clarão da tarde,
A
notícia, a carícia, a ressurreição.
Passa
outra vez, Senhor, dá-nos a mão,
Levanta-nos,
Não
nos deixes ociosos nas praças,
Sentados
à beira dos caminhos,
Sonolentos,
Desavindos,
A
remendar bolsas ou redes.
Sacia-nos.
Envia-nos,
Senhor,
E
partiremos
O
pão,
O
perdão,
Até que em cada um de nós nasça um irmão.
Tu, Senhor, Tu falas
E um caminho novo se abre a nossos pés,
Até que em cada um de nós nasça um irmão.
D. António Couto (extratos)
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