quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Testemunho de João totalmente a favor de Jesus

             Jo 1,29-34: “Eis o Cordeiro de Deus…”

Este é um novo e forte testemunho de João a favor de Jesus, com a particularidade de evidenciar a validade/ a importância de Jesus para todos os tempos, para todos os lugares e pessoas. Jesus caminha em direcção a João Baptista, sem que ele saiba de onde vem e porquê vem ter com ele. Nesta sessão João testemunha em favor de Jesus de modo absoluto e total.
Jesus é apresentado como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, como aquele que baptiza com o Espírito, como Filho de Deus. São 3 aspectos fundamentais da vida de Jesus e portanto também do cristianismo. Encontramo-nos diante de uma confissão de fé colocada na boca de João Baptista. Encontramo-nos diante de um grande nível de profundidade teológica.
Cordeiro de Deus. A que coisa se faz referimento com este título? Que coisa significa? Vamos enumerar brevemente algumas possibilidades:

1.  Referimento ao Cordeiro Pascal (Ex 12) sacrificado pela ocasião da Festa Judaica da Páscoa, e que tinha um aspecto e carácter expiatório.
2.   Uma alusão aos cordeiros que, cada dia, eram sacrificados no templo de Jerusalém (Ex 29, 38-46).
3.     Indicação do capro sobre o qual, com a imposição das mãos, se descarregavam os pecados do povo, e que depois conduzido ao deserto e abandonado (Lv 16, 21-22).
4.    Menção ao cordeiro, quando são descritas as características do servo de Yavhé (Is 53,7).
5. Recordação do cordeiro, que é uma parte importante entre as imagens apocalípticas (por exemplo Ap. 14,1) e que representa o Messias que purifica o seu povo.
Dentro desta multiplicidade de possibilidades, por qual optar? Tendo em conta o contesto geral do quarto Evangelho – que se interessa de modo particular pela Festa da Páscoa e que apresenta Jesus como o verdadeiro Cordeiro Pascal, a primeira das possibilidades apontadas acima seria a mais provável, sem excluir as outras, e particularmente aquela do cordeiro mencionada na descrição do Servo de Yavhé, de Isaías.
Contudo seja qual for a proveniência desta imagem, que não é assim tão importante (a proveniência) não pode condicionar o significado da mesma. Trata-se de facto do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O título implica o significado escatológico decisivo daquele que o leva e que é apresentado como o portador de Salvação, porque tira o pecado do mundo. Neste sentido pensamos no poder expiatório – eliminador da culpa – da morte de Jesus. Encontramo-nos perante um título “existencial”: que diz e oferece ao homem alguma coisa de que ele tem falta; apresenta Jesus como Aquele que responde a uma profunda necessidade humana.
Este pequeno brando, através do testemunho do Baptista, coloca em relevo e justifica ao mesmo tempo a eficácia do Cordeiro, apresentado na função de purificar o homem. E fá-lo colocando 3 razões essenciais: a sua preexistência colocado em ressalvo no prólogo do evangelho Joanino: “antes de mim”; a presença do Espírito n’Ele de um modo permanente “vi o Espírito… descer sobre Ele”, e a sua filiação divina “dou testemunho que Ele é o Filho de Deus”.
Jesus é o Filho de Deus, o Salvador que quer estender a salvação até aos confins da terra. É o Messias esperado das nações. É o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, como rezamos antes da comunhão, na Eucaristia diária.


Jesus vem trazer o dom de Deus, o Espírito Santo. Cada um de nós é apenas uma voz, e devemos apenas ocupar o nosso lugar e apontar para Ele, anunciá-Lo, segui-Lo. Esta é a nossa missão!                                                                           
P. Herminio Vitorino, sj

Nenhum comentário: