Ao celebrar a festa conclusiva do Ano
Litúrgico com a afirmação da Festa de
Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, partilho convosco um título que
sempre gostei para meu uso pessoal, repondo um título que há muitos anos me
chamou a atenção e me confortou:
JESUS
CRISTO – CENTRO dos CORAÇÕES.
Através da estátua do Cristo Rei, tanto
no Rio de Janeiro, (então cidade+capital dos Estados Unidos do Brasil,) como de
Almada…Lisboa, …Covilhã, e … todo o nosso país, - gosto de ‘sentir’ a
presença+olhar de Cristo; olhar+abraço.
Dei-me conta interiormente da novidade
destas “estátuas” de Cristo Rei – (a de Lisboa poderíamos dizer que além de homónima
e “gémea inspirada” na do Rio de Janeiro: NÃO TÊM COROA - E a de Lisboa … tem cá fora o Coração.
Os escultores inovaram por deficiência
ou propositadamente ?
Talvez quisessem afirmar mais o olhar+abraço de Cristo do que o seu Senhorio, o Domínio, Realeza ou Poder.
Isto foi o que mais me atraíu e ainda
hoje me atrai e espero que me atraia sempre.
Não tem coroa de reinado, ou império,
acentuando mais fortemente o abraço que nos acolhe ou recolhe cada dia (- quer
olhemos quer andemos ocupados e… sem visão.)
Tenhamos, no entanto, esta certeza psíquico-espiritual:
o Seu olhar+abraço acompanha-nos,
desde o início das nossas vidas, mais com Amor do que em leitura condenatória de
Juiz…
Ele tem autoridade, como Fonte de Vida e
de Imortalidade; mas tem mais afecto e compreensão,
porque nos conhece como irmãos (Mt.12,46-50;
aceitou viver+partilhar tudo connosco –
excepto o pecado (Heb 4, 15; )
Ele é Fonte de Inspiração para a toda a
actividade humana – mesmo aquela que deveria significar mais serviço do que domínio, senhorio, lucro ou vantagem.
Na manhã de Sexta-feira Santa, Jesus respondeu
a Pilatos: ”Não terias poder algum se te
não fosse dado do alto”. (Jo
19,10-11)
Assim deixou que cada ser humano se
sentisse actor e desfazedor dos ídolos do
poder:
Também o povo=a soldadesca, manifestou a
sua profunda repulsa pelos poderes ao vesti-Lo com um manto sujo, pôr-lhe uma cana
na mão e uma coroa de espinhos na cabeça. Ajoelharam-se… desrespeitando-O mil
vezes.
E a resposta foi: não abandonar até
final este símbolo (coroa).
Acrescentou uma leitura profunda ao título
da sua condenação. Esse título jurídico de condenação e inglória tornou-se num
título de Glória Eterna e Verdade para o povo – Jesus Nazareno Rei dos Judeus. (Jo 19,19-22)
Porquê ?
- Como Filho de Deus, sabe com que Amor Deus
Pai criou o mundo e nos criou;
- Como Homem, viveu e sentiu até ao
extremo o exercício=resultado do poder sobre Si;
Se o Amor, sem pieguices ou limitações, é
a Plenitude e o topo máximo do altar humano, então Ele é, e ficou para sempre, como
(… o Amigo e Mestre – CENTRO dos CORAÇÕES.
Durante
esta semana
procuremos+deixemos que Ele seja Rei,
mas
sobretudo o CENTRO dos nossos Corações.
NB. - Aos montes ou
colinas já de si naturais, acrescentaram os artistas um trono nosso.
Talvez para Cristo Rei ver e nós vermos com
Ele, como são lindas as nossas cidades+capitais e os nossos países. E os países
de todo o mundo.
Mas além de lindas, são também “pequeninas”
na sua função e autoridade de “capital”…
Mas são importantes para o coração de
Jesus ver como nela vivem os irmãos e os amigos de Jesus (“ Não vos chamo servos, mas amigos porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vo-lo dei a conhecer.” Jo. 15,15)
O Cristo-Rei (de Almada, de Lisboa, do
Pragal, do nosso País…, da Covilhã…) não tem Cruz como no Calvário, não tem
Título como na Cruz de Jerusalém, tem roupagem diferente, não igual à da Cruz…
Tudo isto porquê ?
Meditemos e encontremos as nossas
respostas.
Padre Henrique Rios, sj
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