domingo, 16 de março de 2014

II Domingo da Quaresma

          «Este é o meu Filho muito amado.
Escutai-o» (Mt 17, 5)

A Transfiguração manifesta a profunda e maravilhosa realidade de que somos co-herdeiros na glória dos fi- lhos de Deus.  
A luminosidade do Tabor projecta uma luz sobre as sombras do nosso mundo, as nossas faltas de esperança e aponta para um sol sem ocaso. A visão do Tabor é uma experiência aberta a cada um de nós, quando estamos em sintonia com o nosso ser mais íntimo: Deus. É uma iluminação, um vislumbre do nosso verdadeiro destino.
Jesus sobe ao monte. Leva consigo Pedro, Tiago e João. Lá, aqueles discípulos - e nós, com eles – podem ver Jesus como “o mais belo entre os filhos do homem”.  
Envolvidos por uma grande luz, ouvem do céu uma voz que diz: “este é o meu Filho muito amado” e profundamente tocados por este rosto transfigurado reconhecem que é bom estar ali.
Sim, será muito bom estar ali. Também para nós.
Na montanha, perto de Deus, embora cansados da viagem da vida, Jesus convida-nos também a olhar para cima, para Ele, a vê-lo como o Senhor que tem poder sobre o sofrimento e a morte.    
Mas como será e onde quereremos estar quando o Seu rosto, desfigurado pelo sofrimento, nos fizer desviar o olhar? Seremos capazes de suportar o silêncio do céu e a intensidade desse grito “meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”.
O rosto transfigurado de Jesus revela-nos, hoje, que, entre todos, é o mais belo. O seu rosto desfigurado revelar-nos-á, amanhã, que é o mais belo porque dá a sua vida por todos. A beleza está na entrega. Jesus sobe, porque aceita descer; brilha, porque aceita apagar-se.

(p. J.F. sj e Rina Risitano “in a Loucura de Deus”
‘adaptações'

Pintura Sierger Koder



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