«Este é o meu Filho muito amado.
Escutai-o» (Mt 17, 5)
A Transfiguração manifesta a profunda e maravilhosa realidade de que
somos co-herdeiros na glória dos fi- lhos de Deus.
A luminosidade do Tabor projecta uma luz sobre as sombras do nosso
mundo, as nossas faltas de esperança e aponta para um sol sem ocaso. A visão do
Tabor é uma experiência aberta a cada um de nós, quando estamos em sintonia com
o nosso ser mais íntimo: Deus. É uma iluminação, um vislumbre do nosso
verdadeiro destino.
Jesus sobe ao monte. Leva
consigo Pedro, Tiago e João. Lá, aqueles discípulos - e nós, com eles – podem
ver Jesus como “o mais belo entre os filhos do homem”.
Envolvidos por uma grande luz, ouvem do céu uma voz que diz: “este é o meu Filho muito amado” e
profundamente tocados por este rosto transfigurado reconhecem que é bom estar
ali.
Sim, será muito bom estar ali. Também para nós.
Na montanha, perto de Deus, embora cansados da viagem da vida, Jesus
convida-nos também a olhar para cima, para Ele, a vê-lo como o Senhor que tem
poder sobre o sofrimento e a morte.
Mas como será e onde quereremos estar quando o Seu rosto, desfigurado
pelo sofrimento, nos fizer desviar o olhar? Seremos capazes de suportar o
silêncio do céu e a intensidade desse grito “meu Deus, meu Deus, porque me
abandonaste?”.
O rosto transfigurado de Jesus revela-nos, hoje, que, entre todos, é o mais belo. O seu rosto desfigurado revelar-nos-á,
amanhã, que é o mais belo porque dá
a sua vida por todos. A beleza está na
entrega. Jesus sobe, porque aceita descer; brilha, porque aceita apagar-se.
(p. J.F. sj e Rina Risitano “in a Loucura de
Deus”
‘adaptações'Pintura Sierger Koder
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