sábado, 22 de março de 2014

III Domingo da Quaresma

Sierger Koder
 «Dá-me de beber» (Jo 4, 10)

Milagre é o encontro entre duas pessoas. Tão necessário como a água; tão precioso como os poços no deserto. É este o milagre que vemos acontecer no encontro de Jesus com a Samaritana, à beira do poço.
É pelo reconhecimento recíproco que a água vai jorrando. Jorra a Vida pela vida de um e de outro: a vida incerta da mulher e a vida de que Jesus vive, da qual a Samaritana quererá beber. 
Onde se revela Deus, aqui, senão no espaço de hospitalidade que acontece entre a sede de um e a água do outro? E o que há entre eles senão o poço do reconhecimento? Porque se sente acolhida no que é – não tem que fingir ser quem não é –, a mulher da Samaria reconhece todo o dom de Deus. Chega ao reconhecimento de quem é Jesus. N’Ele, reconhece todo o dom de Deus, fonte inesgotável de água que mata todas as sedes.                  
As circunstâncias e as ocasiões – um poço ao meio dia, um copo de água, uma refeição ao entardecer, lugares comuns do nosso quotidiano, que poderão ser o lugar no qual reconhecemos Aquele em quem e por quem Jesus vive. Entre nós, revela-se a Vida, fonte da qual brotam as águas, saciedade à qual suspiram as sedes.
Que cada um, na sua experiência concreta de vida, possa aprender a perder o medo e a deixar-se amar. Antes de mais, por Deus, “fonte da qual brotam as águas; sol do qual brilham os raios”. É d’Ele que brota a vida pela qual ansiamos.

 (padre J. F. sj . adapt.)

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