Sierger Koder
«Dá-me de beber» (Jo 4, 10)
Milagre
é o encontro entre duas pessoas. Tão necessário como a água; tão precioso como
os poços no deserto. É este o milagre que vemos acontecer no encontro de Jesus
com a Samaritana, à beira do poço.
É
pelo reconhecimento recíproco que a água vai jorrando. Jorra a Vida pela vida
de um e de outro: a vida incerta da mulher e a vida de que Jesus vive, da qual
a Samaritana quererá beber.
Onde
se revela Deus, aqui, senão no espaço de hospitalidade que acontece entre
a sede de um e a água do outro? E o que há entre eles senão o poço do
reconhecimento? Porque se sente acolhida no que é – não tem que fingir ser quem
não é –, a mulher da Samaria reconhece todo o dom de Deus. Chega ao reconhecimento de quem é
Jesus. N’Ele, reconhece todo o dom de Deus, fonte inesgotável de água que mata
todas as sedes.
As
circunstâncias e as ocasiões – um poço ao meio dia, um copo de água, uma
refeição ao entardecer, lugares comuns do nosso quotidiano, que poderão ser o
lugar no qual reconhecemos Aquele em quem e por quem Jesus vive. Entre
nós, revela-se a Vida, fonte da qual brotam as águas, saciedade à qual suspiram
as sedes.
Que
cada um, na sua experiência concreta de vida, possa aprender a perder o medo e
a deixar-se amar. Antes de mais, por Deus, “fonte da qual brotam as águas; sol
do qual brilham os raios”. É d’Ele que brota a vida pela qual ansiamos.
(padre J. F. sj . adapt.)
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