Os cegos, os coxos, o pobre são declarados felizes, não porque eles são coxos, cegos e pobres, mas porque Cristo vem para os pôr de pé, levantar, lhes dar a luz e os enriquecer. Os milagres serão então os sinais daquilo que Cristo traz. Não podemos separar as Bem-Aventurança do texto de Lucas 4,16-19. Uma Boa Nova é anunciada aos pobres (Lucas 7,18-23)
O QUE É SER SANTO? Para o livro dos Actos dos Apóstolos,
a palavra “santo aplica-se a todos aqueles e aquelas que pertencem à comunidade
dos crentes. Neste sentido também nós somos santos porque pertencemos ao povo
de Deus. Porem só Deus é Santo, porque somente n´Ele se pode confiar, somente Ele é fiel, a rocha no qual me posso apoiar. Ele é a minha fortaleza, a
minha salvação, como dizem os Salmos. Eu sou santo, porque participo na santidade de Deus e não por qualquer mérito da
minha parte. Sede Santos como Deus é Santo. Muitas vezes, a palavra santo,
se identificou com o ser-se perfeito, Não podemos deixar que se considere santo
somente aquele que está adornado de virtudes morais, embora também as virtudes
concorram para a santidade, mas no sentido bíblico, santo é aquele que Deus escolheu. Isto não significa que somente
alguns são chamados por Deus, mas significa que a santidade de cada um é fruto
duma “santificação” que tem a Deus
por autor (O Concílio Vaticano II no Capítulo V da Constituição Lumen Gentium fala
da Vocação Universal à Santidade na Igreja)
Os cegos, os coxos, o pobre são
declarados felizes, não porque eles são coxos, cegos e pobres, mas porque
Cristo vem para os pôr de pé, levantar, lhes dar a luz e os enriquecer. Os milagres serão então os sinais
daquilo que Cristo traz. Não podemos separar as Bem-Aventurança do texto de
Lucas 4,16-19. Uma Boa Nova é anunciada aos pobres (Lucas 7,18-23)
FELIZES… A felicidade das Bem-Aventuranças não
é para o futuro, mas para agora. Porque é que a felicidade é para agora, para
hoje? Porque nada daquilo que nos pode acontecer, inclusive, uma peste, uma
calamidade natural, o enfraquecimento do nosso corpo, a perseguição e até
mesmo, a própria morte, nada nos pode impedir de cumprir o nosso destino de
homens e mulheres e de respondermos à vocação a que somos chamados,
comportando-nos como verdadeiros filhos de Deus: “filhinhos, vós agora já sois filhos” (João). Mesmo diminuídos por
circunstâncias externas ou internas, a doença, por exemplo, seremos homens e
mulheres por completo e a nossa miséria inclusive pode ser revertida para nosso
bem. É o que significa a Cruz. Jesus passou por ela para chegar Ressurreição. Só nos podemos diminuir se recusamos amar.
Nada nem ninguém nem qualquer situação adversa, nos poderá separar do amor e de
nos realizarmos à Imagem de Deus. Paulo dizia: ninguém me pode separar do amor
de Nosso Senhor Jesus Cristo.
SEMELHANÇA COM DEUS
Neste
dia da festa de Todos os Santos, damos graças a Deus por todos aqueles e
aquelas cuja vida impregnada pelo Evangelho é, ainda hoje, um sinal. Nós
englobamos nesta acção de graças os santos, conhecidos e desconhecidos, membros
da igreja ou simplesmente pertencentes à humanidade. É a grande festa da
esperança porque homens e mulheres
chegaram a brilhar como luz nas trevas e a humanidade pode depositar
confiança neles. A vida fecunda dos santos anima ainda hoje a nossa humanidade.
Mortos, mas vivos em Cristo ressuscitado, tornaram-se solidários de toda a
humanidade, tornando-se corpo de Cristo, reino de Deus. Com que palavra podemos
caracterizar a festa de hoje? Os nossos atingiram a semelhança com Deus e é
esta palavra que melhor caracteriza este dia de Todos os Santos
Cada
um à sua maneira e em seu tempo viveu o Evangelho e se deixou guiar pelo
Espírito de Cristo. As suas vidas reais ou amplificadas nas biografias que se
escrevem sobre eles, enfeitadas para edificar, são por vezes divertidas. Mas eles
foram nas suas pessoas caracterizados sobretudo pela sua entrega a Cristo. Admiráveis!..
Mas são sempre imitáveis? Muitas vezes acreditamos que sim. Mas cada um de nós
deve encontrar o seu próprio caminho de santidade. Se os santos nos comunicam
uma mensagem não é para seguirmos na vida como eles, mas para que cada um de
nós encontre o seu próprio caminho até à semelhança com Cristo. Não podemos
reproduzir a sua maneira de fazer ou querer imitá-los no seu caminho concreto
para Cristo mas deixar-nos estimular pelo seu entusiasmo por Cristo, porque no
sentido forte da palavra não há outro santo senão Cristo.
P.
José Augusto Alves de Sousa S.J.
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