S F — O que o trouxe à Covilhã, como pároco?
P .Vaz Pato — Bom, fui proposto ao Sr. Bispo da Guarda pelo Provincial da Companhia de Jesus
e fui por ele aceite e nomeado. Eu manifestara vontade ao Provincial de ajudar numa paróquia
e ele achou por bem propor o meu nome ao Sr. Bispo
S F Porquê, essa vontade de ser pároco?
P.V P — A minha intenção não era propriamente a responsabilidade de ser pároco, mas penso que, como pároco, ainda posso fazer alguma coisa pelo reino de Deus, fico mais liberto para a pastoral
S F — Que género de trabalho gostaria de desenvolver nessa condição?
P. V P — O que acho estimulante neste trabalho é o estar disponível para todas as actividades, para pessoas de todas as idades...Um pároco é um especialista da generalidade.
5 F — Mas a gestão de uma casa como a casa dos Jesuítas da Covilhã deve absorver uma parte importante do seu tempo.
P.V P — Há que distinguir entre a Comunidade — e dessa o P. Sousa é o Superior — e Paróquia.
Na Paróquia, tenho um pároco a trabalhar comigo, o P. Vitorino. Quanto a melhoramentos na Igreja, para já, não se prevêem, nem os tempos são propícios...Estamos em recessão.
5 F — Uma última pergunta: Que papel atribui aos leigos dentro da Igreja? Predominantemente passivo ou predominantemente activo?
P.V P — Aí não há escolha: o Concílio Vaticano II, de algum modo, estabeleceu a maioridade dos leigos dentro da Igreja. Hoje não há opção, não só pela orientação da Igreja, mas também pela necessidade resultante da falta de sacerdotes.
O que vou dizer-lhe não é uma ideia minha, original, mas quase podemos afirmar que esta falta de padres é uma oportunidade “aproveitada” pelo Espírito Santo para a Igreja se dar conta do papel que os leigos devem assumir e pela graça do Espírito Santo, que vai orientando a Igreja, há um empenhamento cada vez maior de cada vez mais leigos...
S F — Antes de lhe desejar as maiores felicidades neste seu novo trabalho, ainda pergunto: tem-se sentido bem recebido, bem enquadrado, por todos nós?
P. V P — Maravilhosamente! O melhor possível!
5 F — Seja então bem vindo, P. Vaz Pato, e fique connosco por muito, muito tempo!