Peço pelo dom do
discernimento nas escolhas que tenho de fazer ao longo do caminho.
Uma reflexão para o
caminho
Ninguém, creio, gosta de pensar na sua viagem da vida como
estando totalmente pré-determinada, avançando simplesmente ao longo de carris
fixos até chegar ao destino há muito escolhido. É por isso que as encruzilhadas
são importantes. São um espaço para parar, para pensar nas opções e para
recomeçar a viagem no caminho que livremente escolheu. Mas se as encruzilhadas
oferecem a escolha, elas também proporcionam a possibilidade de optar pela
escolha errada. Numa encruzilhada, preciso de estar particularmente confiante
na direção que quero tomar, no mapa que estou a usar para me guiar, ou no
conselho que me é oferecido.
Uma fonte de encorajamento é a capacidade que temos de
aprender com os nossos erros. Por isso é importante meditar, na oração, diante
das encruzilhadas da sua vida em que vários caminhos se estendem à sua frente.
Consegue recordar momentos em que tem agora a sensação de que escolheu bem?
Como é que foi o processo de escolha? Talvez consiga também trazer à memória
aqueles tempos em que hoje está certo de que escolheu mal. O que é que pensa
que correu mal? O que é que a impediu de tomar um opção melhor?
Poucas das nossas opções são definitivas. A nossa fé assenta
na confiança de que Deus tem a enorme capacidade de converter os erros em
experiências que podem, a longo prazo, beneficiar-nos. Isto é apreendido na
ideia medieval de "felix culpa", a "culpa feliz". Segundo
esta conceção, até a história bíblica do pecado de Adão e Eva, que nos expulsou
do Paraíso, se tornou a possibilidade para Deus enviar o seu Filho, que é o
Emanuel, o Deus connosco.
Consegue discernir momentos em que Deus usou alguns dos seus
erros para criar um bem maior na sua própria vida ou na vida das pessoas à sua
volta?
Uma passagem bíblica para o caminho
No capítulo 10 do Evangelho segundo Marcos, Jesus encontra
um homem rico que está à procura de um sentido mais profundo para a sua vida. O
homem está precisamente numa encruzilhada, sem saber que caminho escolher. Como
resultado da conversa, Jesus oferece-lhe a possibilidade de se tornar seu
discípulo, mas também aponta algo que vai custar. Ele não pressiona o homem; a
escolha é dele e só dele.
Ao ler essa passagem, tendemos a saltar para o fim, quando o
homem rejeita o convite de Jesus porque implica abdicar da riqueza. Como resultado,
vai-se embora triste, é-nos narrado. Mas sugiro que na oração de hoje medite na
situação que é estar no interior da própria encruzilhada, no momento em que o
homem ouve o convite e pondera no que há de responder. Nessa ocasião, Marcos
oferece um detalhe significativo:
«Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele...»
(Marcos 10, 21).
Como é que se sente ao experimentar o olhar amoroso que
Jesus lhe lança a si quando está perante decisões que tem de tomar?
Palavras para a
viagem
Senhor das encruzilhadas,
a minha vida pode parecer cheia de escolhas, grandes e pequenas.
Ajuda-me sempre a tomar as decisões
que conduzam, a mim e a outros, na tua direção.
a minha vida pode parecer cheia de escolhas, grandes e pequenas.
Ajuda-me sempre a tomar as decisões
que conduzam, a mim e a outros, na tua direção.
In An Advent pilgrimage, KM Publishing
Trad.: SNPC
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